sábado, 26 de fevereiro de 2011

Caso Clínico I

1- O que é C3? O que pode justificar seus valores baixos?

R = C3 é um componente do sistema do complemento que está involucrado nas vias de activação clássica e alternativa. C3 encontra-se aumentada em consequência de uma resposta de fase aguda (resposta inflamatória, trauma ou necrose tisular), obstrucção biliar e glomerulosclerose focal. A concentração plasmática de C3 diminui em deficiências genéticas ou adquiridas, facto que se associa a um incremento do risco de infecção, especialmente por bactérias encapsuladas.
Na glomerulonefrite, C3 e C4 diminuídos.

2- O que é a PCR? O que pode justificar seus valores alterados?

R = Proteína C reativa. É uma proteína que se eleva em estados inflamatórios. Ela é inespecífica. Normalmente indica processo infeccioso em andamento, mas também pode estar alta nas neoplasias e doenças inflamatórias. Uma PCR elevada associado a leucocitose é forte indicador de infecção em curso. Também serve para avaliar risco de doença cardiovascular. Há muito se sabe que as doenças cardiovasculares são causadas por uma combinação de uma constante e pequena inflamação nas paredes do vasos com o depósito de colesterol nos mesmos.
A proteína C reativa (PCR) foi a primeira proteína da fase-aguda descrita na literatura e tem sido considerada por muitos pesquisadores como um marcador sistêmico da inflamação, infecção e da lesão celular. O seu nome deriva da capacidade de precipitar o polissacarídeo-C do Streptococcus pneumoniae (Pepys-1983). Atualmente dispomos na clínica diária da dosagem da PCR ultra-sensível.

3- O que é ASLO? O que pode justificar seus valores alterados?

R = Anticorpos antiestreptocócicos (ASLO) A detecção de infecção estreptocócica se faz indiretamente por meio de provas que determinam a elevação dos títulos sorológicos dos anticorpos dirigidos contra enzimas secretadas pelo estreptococo beta hemolítico, reconhecido como agente etiológico da febre reumática, da glomerulonefrite difusa aguda, da púrpura de Henoch-Schonlein e do eritema nodoso.
A dosagem da antiestreptolisina O (ASLO) é baseada na inibição da atividade hemolítica da estreptolisina O, com resultados expressos em unidade Todd.
É importante frisar que a elevação da ASLO representa apenas uma resposta a uma prévia infecção estreptocócica, não sendo isoladamente de valor no diagnóstico da febre reumática.
É o anticorpo mais encontrado pós-faringoamigdalites.Os títulos aumentam 10-14 dias após a infecção e se normalizam até 6 meses.
Não um exame preditivo e assim indica a presença de uma infecção por estrepto, mas não que vá se desenvolver uma glomerulopatia. Presente em 75% das glomerulonefrites pós-estreptocócica.

5- Quais são as principais causas e/ou doenças que podem causar com aumento da PCR?

A - Grandes aumentos da PCR
Infecções
• Bacterianas
• Infecções sistêmicas por fungo e vírus
• Infecção por Mycobacterium tuberculosis.
Complicações alérgicas da infecção
• Febre reumática
• Eritema nodoso.
Doença inflamatória
• Artrite reumatóide
• Artrite crônica juvenil
• Espondilite anquilosante
• Artrite psoriática
• Vasculite sistêmica
• Polimialgia reumática
• Doença de Reiter
• Doença de Crohn
• Febre Mediterrânea familial.
Necrose
• Infarto do miocárdio
• Embolização tumoral
• Pancreatite aguda
Trauma
• Cirurgia
• Queimadura
• Fraturas
Câncer
• Linfoma
• Sarcoma
• Carcinoma
B- Aumentos modestos ou ausentes da PCR
• Lupus eritematoso sistêmico
• Esclerodermia
• Dermatomiosite
• Colite ulcerativa
• Leucemia
• Rejeição de transplante

6- Pode haver alguma alteração laboratorial que justifique o quadro clínico de edema periorbitário e pré-tibial bilateral?

Desencadeamento de processos inflamatórios nos vasos sangüíneos como lesão tecidual, liberação de citocinas.
Lesão glomerular por deposição de imunocomplexos circulantes e reação antígeno-anticorpo in situ, ativando o sistema complemento e desencadeando uma reação auto imune.
Hipervolemia pela queda na taxa de filtração glomerular, com retenção de sódio e água.

7- Quais as principais causas para o aumento de proteínas no exame de Urina Tipo I?

Diabetes, Lúpus, Doenças primárias dos glomérulos, Hepatite, Sífilis, SIDA (AIDS), Reação a anti-inflamatórios, Câncer, Eclâmpsia, Obesidade.
Ocorre em doença renal, muitas vezes incipiente, por isso é a mais importante das provas química da urina tipo I. Aparecem devido a lesões da membrana glomerular, distúrbios que afetam a reabsorção tubular, proteínas produzidas pelos tubulos renais. Exemplo: glomerulonefrites, pielonefrites, doeça renal diabética. excesso de proteínas normais no plasma. IAM, queimaduras, Ca, leucemia. Lise de hemácias, leucócitos, células epiteliais no trato urinário. Exercício físico intenso; frio intenso, febre.

8- No Exame de Urina Tipo I do paciente há presença de alguns cilindros. Explique como se dá a formação desses cilindros e o que diferencia um cilindro do outro.

R = São formados pela proteína de Tamm-horsfall na luz dos túbulos renais, sua forma é a do túbulo que serviu de molde. São de formação exclusivamente renal, portanto significa patologia renal, o seu encontro no sedimento urinário. Podem conter elementos em seu interior significando que estes elementos estavam presentes nos túbulos por ocasião da formação do cilindro. Túbulos contornado proximal, distal, coletor e ALçA de henle.

Tipos de cilindro:
Cilindro hialino: ate 1 a cada 2 campos, pode ser normal, formado por “gel de proteína”. Grande quantidade aparece na glomerulonefrite, pielonefrite, doença renal crônica, ICC.
Cilindro hemático: contem hemácias em seu interior, significa sangramento no interior do nefron que ocorre em G.N e lesão de túbulos ou capilares renais.
Cilindros leucocitários: contem leucócitos em seu interior, significa infecção e/ou inflamação no interior do nefron. Ex: GN e pielo.
Cilindros epiteliais: contem células epiteliais renais.
Cilindros granulosos finos e grosseiros: contem grânulos, provenientes de restos leucocitários, bactérias, etc.
Cilindros cereos: estagio avançado do cilindro hialino, devido a grande liberação de proteína, inclusive em placas. Refringentes e rígidos.
Cilindros adiposos: contem corpos adiposos ovais, provenientes da decomposição dos cilindros celulares de células que contem corpos adiposos, devido a absorção de lipídeos pelos túbulos. Muito refringentes com gotículas de gordura.
Cilindro largos: formados nos tubos coletores, são mais largos, significa uma diminuição do fluxo urinário. Mau prognostico “cilindro da insuficiência renal”.