terça-feira, 20 de abril de 2010

Hemograma Completo

Definição: Exame que analisa as células do sangue periférico.
Controle e diagnóstico na evolução de doenças como Anemias e Leucemias

Constituição do hemograma:
- Eritrograma;
- Leucograma;
- Contagem de plaquetas;
- Descrição da observação da lâmina (ou esfregaço sanguíneo).

ERITROGRAMA
- Contagem dos glóbulos vermelhos ou hemácias;
- Dosagem de hemoglobina;
- Determinação do Hematócrito;
- Índices hematimétricos (VCM, HCM, CHCM);
- Estudo da morfologia eritrocitária; RDW = medida de intensidade da anisocitose.

ERITRÓCITOS:
-São as células mais numerosas do sangue circulante.
- Possuem a forma de um disco bicôncavo com o centro achatado, são anucleadas;
São altamente especializadas para o transporte de oxigênio e CO2.

DETERMINAÇÃO DO HEMATÓCRITO:
- É a porcentagem ocupada pelos glóbulos vermelhos ou hemácias no volume total de sangue.

LEUCOGRAMA:
- Contagem Global dos glóbulos brancos;
-Contagem Relativa dos glóbulos brancos; (obtida através da contagem diferencial ou específica).

LEUCÓCITOS:
- polimorfonucleares ou granulócitos (núcleo bilobulado): neutrófilos, eosinófilos e basófilos
- mononucleares ou agranulócitos: linfócitos e monócitos.

FUNÇÕES LEUCÓCITOS:

NEUTRÓFILOS SEGMENTADOS: São os leucócitos mais populosos do sangue, realizam fagocitose de pequenas partículas especialmente bactérias presente em locais de infecção bacteriana (quimiotaxia)

EOSINÓFILOS: Envolvido nas reações alérgicas, importante na defesa contra parasitas teciduais devido aos grânulos de eosina presentes no interior do citoplasma da célula.

BASÓFILOS: Liberação de heparina (anticoagulante) e histamina (substância vasodilatadora) liberada em processos alérgicos, envolvido nas respostas inflamatórias.

LINFÓCITOS: Célula envolvida na imunidade celular.

MONÓCITOS: Célula responsável pela fagocitose.

PLAQUETAS - Contagem manual ou eletrônica das plaquetas;-Observação da morfologia das plaquetas.

RDW - Índice de Anisocitose; Reflete a variação no tamanho das hemácias; Alterações do RDW podem refletir microcitose ou macrocitose; É importante avaliar e comparar com o VCM; Alterações do RDW pode refletir Poiquilocitose que reflete a variação na forma da hemácia.

ÍNDICES HEMATIMÉTRICOS:
- HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA (HCM)
- expressa a quantidade média de hemoglobina que existe dentro de uma hemácia;
- normalidade: 27-33pg (picogramas);
- cálculo: HCM= Hb x 10 / Eritrócitos.

VOLUME CORPUSCULAR MÉDIO (VCM)
- calculado dividindo-se o volume globular ou hematócrito pelo número de eritrócitos presentes nesse volume;
- normalidade: 82-98fl (fentolitros);
- cálculo: VCM= Ht x 10 / Eritrócitos.

CONCENTRAÇÃO DA HEMOGLOBINA CORPUSCULAR MÉDIA (CHCM)
- relação entre o valor da hemoglobina contida em um determinado volume (100ml) de sangue e o hematócrito;
- normalidade: 32-35% ou g/dl
- cálculo: CHCM= HCM x 100 / VCM.

ALTERAÇÕES DOS ERITRÓCITOS
1) Alteração de número;
- Hipoglobulia ou oligocitemia;
- Poliglobulia, policitemia ou eritrocitose.
2) Alteração de tamanho = ANISOCITOSE;
- Microcitose;
- Macrocitose.
3) Alteração de cor = ANISOCROMIA;
- Hipocromia
- Hipercromia.

LINFOCITOSE
- Alterações fisiológicas:
- Exercício físico e administração de adrenalina;
- Como uma reação, aguda e precoce, ao estresse físico (após trauma/crise drepanocítica / infarto do miocárdio/parada cardíaca).
Reacionais:
- Infecções
– usualmente há alterações morfológicas evidentes nos linfócitos (particularmente em infecções virais e especialmente em 4 bacterianas: coqueluche, brucelose, tuberculose e sífilis).
Neoplásicas:
- Leucemias linfóides;
- Linfomas em fase leucêmica.

EOSINOFILIA
- Doenças alérgicas: Asma, Rinite, Urticária;
- Infecção parasitária (invasão tecidual)- Esquistossomose, Ascaridíase, Ancilostomíase,Cisticercose, etc.
- Leucemia Eosinofílica.

MONOCITOSE
- Infecção crônica
– Tuberculose, sífilis congênita, artrite reumatóide, HIV;
- Hemodiálise a longo prazo;
- Regeneração medular após quimioterapia.

NEUTROPENIA
-Infecções virais, como sarampo, caxumba, hepatite, dengue, HIV em estado avançado; Hiperesplenismo; Alcoolismo;
- Anemia megaloblástica.

LINFOPENIA
- Infecção hepática;
- Insuficiência renal aguda e crônica;
- HIV;
- Alcoolismo;
- Síndromes mielodisplásicas;
- Anorexia nervosa.

EOSINOPENIA
- Estresse agudo incluindo trauma, cirurgia, queimaduras;
- Infecções agudas;
- Hemodiálise durante o procedimento;
- Drogas como corticóides, adrenalina, histamina.

MONOCITOPENIA
- Fase aguda de processos infecciosos;
- Desnutrição.

O que é Anemia?
A anemia corresponde a redução do numero de hemácias circulantes ou a redução do teor de hemoglobina contida nas hemácias. As anemias podem ser causadas por hemorragias ou por deficiente produção de hemácias.
Como são classificadas as anemias? Qual o critério usado para classificá-las?
Existem anemias causadas por incapacidade da medula óssea produzir as células vermelhas, como a anemia aplastica, por exemplo, bem como anemias causadas por falta de componentes essenciais ao metabolismo formador da hemoglobina, como o ferro, a vitamina B12, o fator gástrico intrínseco e o acido fólico. Outras anemias são causadas por excessiva destruição das hemácias circulantes, como as anemias hemolíticas.
A classificação útil baseia-se nos índices eritrocitários, que divide as anemias em microcíticas, normocíticas e macrocíticas. Além de sugerir a natureza do defeito primário, tal abordagem também pode indicar anomalia subjacente antes que a anemia torne-se evidente.



O que é Anemia Microcítica? Quais suas principais causas?

O tipo mais comum de anemia é a decorrente de deficiência de ferro, a qual geralmente é microcítica. Anemia por deficiência de ferro ocorre quando o consumo na dieta ou absorção de ferro é insuficiente. Ferro é uma parte essencial da hemoglobina, e baixos níveis desse mineral resultam em incorporação diminuída de hemoglobina em célula vermelha.
Anemia ferropriva (a mais comum), hemoglobinopatias (talassemia, hemoglobinopatia C, E e outras), secundárias a algumas doenças crônicas, anemia sideroblástica. A anemia ferropriva é causada pela deficiência de ferro.
Como o organismo humano faz a aquisição de ferro?

O principal local de absorção do ferro é no duodeno e jejuno. Depois de absorvido, o ferro se liga à transferrina (proteína que transporta o ferro). Esse ferro é levado à medula óssea, onde precursores eritróides captam o ferro para formar a hemoglobina.

Qual a diferença entre ferro sérico, ferritina e transferrina?

é o ferro férrico realmente associado à transferrina. Cada molécula de transferrina pode transportar 2 átomos de ferro. Normalmente, cerca de 30% dos locais disponíveis estão preenchidos. Isso é chamado de percentual de saturação da transferrina.
A ferritina é uma proteína globular que se localiza essencialmente no fígado. A ferritina é a mais importante proteína de reserva do ferro e é encontrada em todas as células, especialmente naquelas envolvidas na síntese de compostos férricos e no metabolismo e na reserva do ferro.
Transferrina é uma proteína plasmática do sangue que transporta o íon ferro.

Quais os exames laboratoriais indicados ao diagnóstico laboratorial da Anemia Ferropriva? Como você espera encontrar os resultados dos exames caso a anemia esteja instalada?

Hemoglobina e Hematócrito: O valor baixo da hemoglobina e do hematócrito de uma pessoa diz que ela tem anemia.
Hemograma completo: dirá se a anemia é microcítica (possui VCM abaixo do normal).
Ferro sérico: dosagens baixas de ferro podem indicar uma anemia ferropriva.
Dosagem de transferrina: apresenta-se em quantidade aumentada na anemia ferropriva.
Ferritina: Quando não tem ferro armazenado, essa proteína é chamada apoferritina.
TIBC: Capacidade de ligação de ferro total (TIBC) está aumentado para compensar a deficiência.
Aspirado de medula óssea: avalia-se a presença de ferro usando-se corante especial para ferro, o corante azul da Prússia.

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