terça-feira, 22 de setembro de 2009

aula pratica de microbiologia

Relatório Aula Pratica de Microbiologia II

Introdução

Na segunda aula pratica do professor Luciano Teixeira Gomes em microbiologia II, foi utilizado uma amostra de liquido pleural. Realizado um meio de cultura pra a identificação de bactérias a realização Sistema Bactray I, II e III e do Antibiograma concomitantemente.
A cavidade pleural é revestida pelos mesotélios das pleuras visceral e parietal. Normalmente, contém uma pequena quantidade de líquido, dito pleural, o que permite o movimento de uma membrana contra a outra. O líquido pleural é um filtrado plasmático produzido continuamente pela pleura parietal. Sua cor normal é amarela claro, podendo haver coagulo. O Líquido Pleural não contém bactérias, portanto, pode ter ocorrido uma contaminação do material ou contaminação no procedimento.
Inicialmente foi colocado o Líquido Pleural na centrifuga para separar seus componentes, em seguida, foi retirada a amostra e feito a semeadura do mesmo em meios Ágar Sangue, BHI, Ágar Mac Conkey.

Ágar Sangue
Princípio
O meio de Ágar sangue, usando uma base rica, oferece ótimas condições de crescimento a maioria dos microrganismos. A conservação dos eritrócitos íntegros favorecem a formação de halos de hemólise nítidos, úteis para a diferenciação de Streptococcus spp. E Staphylococcus spp.
Utilidade
Usado para o isolamento de microrganismos não fastidiosos.
Verificação de hemólise dos Streptococcus spp. e Staphylococcus spp.
Usado na prova de satelitismo (para identificação presuntiva de Haemophilus spp.).

Ágar Mac Conkey
Princípio
O cristal violeta inibe o crescimento de microrganismos Gram positivos especialmente Enterococos e Estafilococos.
A concentração de sais de bile é relativamente baixa em comparação com outros meios, por isso não é tão seletivo para Gram negativos como, por exemplo, o ágar SS.
Utilidade
Isolar bacilos Gram negativos (enterobactérias e não fermentadores) e verificar a fermentação ou não da lactose.

Caldo BHI – BRAIN HEART INFUSION
Princípio
É um meio derivado de nutrientes de cérebro e coração, peptona e dextrose.
A peptona e a infusão são fontes de nitrogênio, carbono, enxofre e vitaminas.
A dextose é um carboidrato que os microrganismos utilizam para fermentação.
Utilidade
Meio para cultivo de estreptococcos, pneumococos, meningococos, enterobactérias, não fermentadores, leveduras e fungos.
Pode ser utilizado na preparação do inóculo para teste de susceptibilidade aos antimicrobianos, para realização de teste de coagulase em tubo, para teste de crescimento bacteriano a 42 e 44°C e para teste de motilidade em lâmina.
PROCEDIMENTOS BACTERIOSCOPIA E ANTIBIOGRAMA
Swabs umedecidos em solução salina a 0,85% esterilizada, em seguida, inoculados em caldo Brain Heart Infusion (BHI) e incubados a 37°C.
Observando-se a turvação do caldo BHI, foram inoculados com alça bacteriológica em ágar MacConkey. As placas semeadas foram incubadas a 37°C por 24 a 48 horas. As colônias desenvolvidas foram submetidas a observações macroscópicas, microscópicas (Gram) e identificação bioquímica. O perfil de suscetibilidade dos microrganismos isolados foi determinado pelo método de difusão em disco (Kirby-Bauer), de acordo com as recomendações do NCCLS

Bacterioscopia

Preparo do esfregaço
Suspender uma pequena porção da amostra bacteriana a ser corada em uma gota de água ou solução salina 0,85%, sobre uma lâmina de microscópio, espalhando a gota. Este procedimento deve ser feito com uma alça bacteriológica flambada ou um palito de madeira esterilizado. Deixar o material secar e, em seguida, fixá-lo com calor, flambando rapidamente a lâmina acima da chama de um bico de Bunsen.
Aplicação do Corante Primário
Cobrir toda a sua superfície da lâmina com o corante cristal violeta; deixar em repouso por um minuto. Descartar o excesso de corante ou enxaguar a lâmina com água.
Aplicação do Fixador
Cobrir toda a sua superfície da lâmina com lugol; deixar em repouso por um minuto. Descartar o excesso do fixador ou enxaguar a lâmina com água.
Descoloração
Com a lâmina inclinada, despejar algumas gotas de álcool (descolorizador) para remover o complexo cristal violeta-lugol de células Gram-negativas. Este procedimento não pode exceder a cinco segundos, pois o descolorizador poderá remover o corante cristal violeta das células Gram-positivas. Em seguida, enxaguar a lâmina com água para remover excesso de solvente.
Aplicação do Corante Secundário
Cobrir toda a sua superfície da lâmina com o corante fucsina básica; deixar em repouso por um minuto. Enxaguar a lâmina com água e tocar as bordas com papel absorvente para remoção do excesso de água. Logo após deixa secar a lâmina por completa.
Em seguida, colocamos a lâmina no microscópio para a identificação.
Resultado da Bacterioscopia:
Grupos de bastonetes Gram negativo.

Semeadura

Para o isolamento das bactérias que estão presentes em pequenos números é feito o meio de enriquecimento liquido, contendo fontes de carbono e energia sendo inoculados por alguns dias os microrganismos e posteriormente inoculado em outros tubos contendo o mesmo meio. Tempo necessário para o crescimento dos inóculos.
Finalmente é feito o plaqueamento.

O que é o antibiograma ou TSA?

O antibiograma ou Teste de Sensibilidade aos Antibióticos é um teste que verifica a sensibilidade das bactérias aos antibióticos visando auxiliar o médico na escolha do tratamento adequado. Este teste só pode ser realizado quando a cultura tiver resultado positivo e será executado de acordo com recomendações internacionais.
Seu objetivo é tanto a análise do espectro de sensibilidade/resistência a drogas de uma bactéria quanto à determinação da concentração mínima inibitória.

Sistema Bactray I, II e III

Finalidade
Sistema destinado à identificação bioquímica de bacilos Gram negativos com oxidase negativa, fermentadores da glicose ou não e bacilos Gram negativos não fermentadores da glicose, com oxidase positiva.
O sistema Bactray é composto por 3 conjuntos de provas bioquímicas, denominados Bactray I, II e III. Para identificação de fermentadores da glicose e bactérias não-fermentadoras oxidase negativas utiliza-se o Bactray I e II, sendo que para os não fermentadores oxidase positiva é utilizado o Bactray III. Cada conjunto é composto por um suporte de poliestireno descartável que contém 10 compartimentos para execução das provas bioquímicas.
Amostra
Colônias recém-obtidas (18-24 horas) de bactérias Gram negativas provenientes de meios de isolamento adequados, como o Mac Conkey Ágar, Ágar Eosina Azul de Metileno, CLED etc, previamente testadas quanto à oxidase.

Identificação da Bactéria

Para identificação da bactéria é realizado provas bioquímicas TSI/SIM/CITRATO, no entanto, realizamos o BACTRAY I. O substrato é uma reação enzimática, colorimétrica.
Após ser semeadas em meios seletivos foi utilizado um swab para diluir a bactéria na água destilada, colocada no tubo até ficar turvo. Adicionado 1mL de suspensão feita com uma pipeta e colocada no kit Bactray I, homogeneizado até preencher todas as cavidades.
Após a incubação o professor adicionou 2 gotas de indol no indol do bactray, KOH (hidróxido de potássio) no VP (Voges Proskauer) – KOH+ α – Naftol aguardou 15 minutos para reação, adicionado cloreto férrico no Fenilalanina Desaminase (PD) de 2 a 3 minutos

Fenilalanina Desaminase (FAD)
Há bactérias que produzem enzimas que desaminam a fenilalanina presente no meio, originando o ácido fenilpirúvico, que reage com o cloreto férrico adicionado ao meio, desenvolvendo cor verde. Essa prova é presuntiva para Proteus, Morganela, Providencia.

ONPG

O teste do ONPG é importante na diferenciação das Enterobacteriaceae que são vulgarmente classificadas de acordo com a sua capacidade de fermentar a lactose. É, também, usado na diferenciação de Neisseria lactamica de outras espécies fastidiosas de Neisseria.
O teste do ONPG (o-nitrofenil-ß-D-galactopiranosídeo) é utilizado para determinar a presença ou ausência da enzima ß-galactosidase num organismo. Tendo o ONPG uma estrutura semelhante à lactose se a bactéria em estudo possuir a ß-galactosidase o ONPG é degradado, libertando o composto o-nitrofenol, demonstrada pelo aparecimento de uma coloração amarela.

Lisina Descarboxilase(LDC)

Há algumas bactérias que possuem a lisina descarboxilase que descorboxila a lisina produzindo a cadaverina mais CO2, essa descaroboxilização alcaliniza o meio.O meio contém o indicador azul de bromocresol, que em pH alcalino apresenta-se em cor roxo e em meio ácido a cor amarela. A reação se processa em anaerobiose deve-se cobrir o meio com óleo mineral ou cera de carnúba.

Urease

Há bactérias que possuem a enzima urease que garante a capacidade de degradar a uréia presente no meio liberando amônia, CO2 e H2O. A amônia reage formando carbonato de amônia que alcaliniza o meio.O indicador de pH é o vermelho de fenol que em meio alcalino toma a coloração “pink”.

Produção de H2S

Se a bactéria produzir a enzima tiossulfato redutase ela ira degradar o tiossulfato de sódio presente no meio produzindo H2S, este reage com o sulfato ferroso formando um precipitado preto de sulfeto ferroso. Para que esta reação ocorra é necessário que o meio esteja ácido, assim se a base do tubo estiver negra deve ser lida como que a bactéria é fermentadora de glicose.

VP (Voges Proskauer)

Há bactérias que utilizam a fermentação butilenoglicólica, fermentam a glicose produzindo acetil-metil- carbinol (acetoína), butilenoglicol e pequenas quantidades de ácidos.Quando é adicionado KOH e na presença de O2 atmosférico a acetoína é convertida em diacetila a adicição de alfa-naftol nesta reação cataliza a produção de um anel vermelho.

Indol

O indol é produzido a partir do tríptofano existente no meio de cultura sob a ação da triptofanase, há também a produção de ácido pirúvico e amônia.
O indol pode ser detectado pela formação de um anel rosa “pink” na parte superior do tubo após a adição p-dimetilaminobenzaldeído (reativo de kovacs).


Citrato

Este teste determina se a bactéria é capaz de o citrato de sódio como única fonte de carbono para o seu metabolismo e crescimento. Deve ser utilizado o meio Citrato de Simmons, composto por citrato de sódio, fosfato de amônia e por azul de bromo fenol.Com o uso de citrato há a produção de hidróxido de amônia que eleva o pH fazendo que a reação se torne azul.


Só então, foi colocado no Sistema Bactray os resultados, ficando da seguinte maneira: ONPG – (-); ADH – (+); LDL – (+); ODC – (+); H2S – (-); UREASE – (-); VP – (-); PD – (-); INDOL – (+); CITRATO – (+).
Calculado esses resultados no Bactray I, foi encontrado com 96,53% de precisão para Escherichia fergusonii.

Gênero Escherichia spp

O gênero Escherichia spp contem 7 espécies e nenhuma subespécie conhecida.
O gênero Escherichia spp apresenta as características gerais da família das enterobacteriáceas. A variabilidade das cepas de Escherichia coli e a inclusão de novas espécies dentro do gênero não permitem elaborar uma definição simples.
O gênero Escherichia é composto de bastonetes retos, Gram negativos, não esporulados, algumas vezes, capsulados, imóveis com cílios peritríquios aeróbioanaeróbios, metabolismo respiratório e fermentativo. Fermentam a glicose com produção de gás (outras cepas de Escherichia coli, qualificadas como Alkalescens-Dispar, não produzem gás), Oxidase negativa, Catalase positivos e nitrato redutase positivo.
Apresentam resposta positiva para: VM, Acidificação da arabinose e D-manose. Apresentam resposta negativa para: Urease, DNase, Voges-Proskauer, Hidrólise da gelatina (22 °C), Produção de H2S (algumas cepas de Escherichia coli, podem possuir plasmídio que as torna produtora de H2S), urease (algumas cepas de Escherichia coli, podem albergar um plasmídio, tornando-as urease positivas), Fenilalanina desaminase, Acidificação do eritritol e Acidificação do mio-inositol.


Procedimento das quatro Aulas Práticas.

1. No primeiro dia foi coletada a amostra para crescimento de bactérias e identificação da mesma, em seguida foi colocado em um meio liquido (soro fisiológico) para ser feito a Bacterioscopia, e semeaduras em placas de Petri com meio de Agar Sangue, Mac Conkay.
2. Em seguida o professor Luciano Teixeira colocou o Swab com a amostra do material em um tubo com solução fisiológica até ela ficar turvo, e foi entregue o material aos alunos para a realização da semeadura e Bacterioscopia.
3. Na Bacterioscopia foi realizado o procedimento correto, citado nas paginas anteriores, realizando a identificação da bactéria, feito a leitura e interpretação dos resultados, sendo encontrados Grupos de bastonetes Gram negativo.
4. Na aula seguinte, foi realizada toda a técnica e procedimento do Antibiograma, aguardando 24 horas para o crescimento bacteriano.
5. Semeamos por espalhamento com alça de inoculação a cultura bacteriana em uma placa de Petri. Em seguida, depositamos os discos de papel filtros impregnados, separadamente, com quantidades determinadas de um antibiótico específico sobre a superfície do meio em disposição ordenada.
6. Na ultima aula foi explicado o Sistema Bactray, como realizá-lo e feito seu procedimento descrito anteriormente. Após realizá-lo, efetuamos a medição dos halos sobre a superfície do meio, ao redor do disco de antibiótico. Seguindo a tabela de medidas de antibióticos da NCCLS.
7. No antibiograma foram adicionados os antibióticos:
Ø 1° Amoxicilina – Ácido Claulânico (AMC)
Ø 2° Penicilina (PEN)
Ø 3° Cefoxitina (CFO)
Ø 4° Ceftriaxona (CRO)
Ø 5° Ciprofloxacina (CIP)
Ø 6° Cefepime (CPM)
Ø 7° Gentamicina (GEN)
Ø 8°Amicacina (AMI)
Ø 9° Ertapenen (ETP)
Ø 10° Sulfanetaxazol-trimetropim (SUT)
Cada antibiótico apresentava uma sigla especifica para sua identificação. Incubamos a placa, por 1 dia.




























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