quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Microbiologia

O que é um exame de cultura?

Um exame de cultura consiste em “semear” amostras biológicas, onde normalmente há suspeita de alguma infecção microbiana. Este processo é feito em meio próprio que permita a nutrição, o crescimento e a multiplicação de microrganismos.
O resultado do exame de cultura não fica pronto no mesmo dia dos outros exames porque As bactérias, os fungos e os vírus precisam de tempo para crescer o suficiente para que possamos identificá-los. Por isso aplica-se o termo “cultura”, uma vez que é necessário “semear” o material colhido e aguardar o seu crescimento. Este tempo é muito variado, dependendo do tipo de microrganismo.
Teste da catalase
Os membros da família Micrococcaceae são diferenciados dos da família Streptococcaceae pela prova de catalase. O teste é realizado com peróxido de hidrogênio (H2O2) a 3% sobre uma lâmina. A imediata produção de efervescência indica a conversão do H2O2 em água e oxigênio gasoso. Existem raras cepas de Estafilococos catalase negativas, e alguns enterococos (i.e. estreptococos fecais) produzem uma “pseudocatalase” e são fracamente reativos com H2O2.
Teste de Coagulase
As coagulases são enzimas com capacidade para coagular o plasma sanguíneo através de um mecanismo similar ao da coagulação normal.
A atividade da coagulase é utilizada para distinguir espécies patogenicas de Staphylococcus de espécies não patogenicas, sendo um bom indicador da patogenicidade do S.aureus.
A prova da coagulase em tubo consiste em juntar num tubo de ensaio contendo plasma (obtido de sangue a que se juntou um anticoagulante, por exemplo oxalato, citrato, heparina) uma suspensão de microrganismos (caldo de cultura) ou colônias provenientes de um meio sólido e incubar a 37º C. A formação de coágulos às 2 h, às 6 h ou às 24 h de incubação é interpretada como uma prova positiva. A ausência de coagulação após 24 horas de incubação é uma prova negativa.
Esta prova pode ser realizada de um modo mais rápido (prova em lâmina) colocando-se duas porções de bactérias da espécie em estudo nos extremos de uma lâmina, fazendo-se de seguida uma pequena suspensão, sendo depois adicionado a uma delas uma gota de água destilada (controle) e a outra uma gota de plasma. Homogeneiza-se bem e observa-se, no fim de uns minutos. Se o aspecto é idêntico a prova é negativa ou se ocorreu formação de pequenos agregados resultantes do fato das bactérias ficarem aprisionadas na rede de fibrina então formada a prova é positiva.
Bacterioscopia
A coloração de Gram é um método de coloração de bactérias desenvolvido pelo médico dinamarquês Hans Christian Joachim Gram (1853 - 1838), em 1884, e que consiste no tratamento sucessivo de um esfregaço bacteriano, fixado pelo calor, com os reagentes, cristal violeta, lugol, etanol-acetona e fucsina básica. Essa técnica permite a separação de amostras bacterianas em Gram-positivas e Gram-negativas e a determinação da morfologia e do tamanho das amostras analisadas.
Sempre especificar o tipo de material e o local da coleta.
No paciente foi coletado o material, secreção de ferida em região lombar, para identificação bacteriana, em seguida, encaminhado para a microscopia.
Inicialmente foi feito uma bacterioscopia para identificação e preparo da lamina.
Preparo do esfregaço
Suspender uma pequena porção da amostra bacteriana a ser corada em uma gota de água ou solução salina 0,85%, sobre uma lâmina de microscópio, espalhando a gota. Este procedimento deve ser feito com uma alça bacteriológica flambada ou um palito de madeira esterilizado. Deixar o material secar e, em seguida, fixá-lo com calor, flambando rapidamente a lâmina acima da chama de um bico de Bunsen.
Aplicação do Corante Primário
Cobrir toda a sua superfície da lâmina com o corante cristal violeta; deixar em repouso por um minuto. Descartar o excesso de corante ou enxaguar a lâmina com água.
Aplicação do Fixador
Cobrir toda a sua superfície da lâmina com lugol; deixar em repouso por um minuto. Descartar o excesso do fixador ou enxaguar a lâmina com água.
Descoloração
Com a lâmina inclinada, despejar algumas gotas de álcool (descolorizador) para remover o complexo cristal violeta-lugol de células Gram-negativas. Este procedimento não pode exceder a cinco segundos, pois o descolorizador poderá remover o corante cristal violeta das células Gram-positivas. Em seguida, enxaguar a lâmina com água para remover excesso de solvente.
Aplicação do Corante Secundário
Cobrir toda a sua superfície da lâmina com o corante fucsina básica; deixar em repouso por um minuto. Enxaguar a lâmina com água e tocar as bordas com papel absorvente para remoção do excesso de água. Logo após deixa secar a lâmina por completa.
Em seguida, colocamos a lâmina no microscópio para a identificação.
Semeadura
Para o isolamento das bactérias que estão presentes em pequenos números é feito o meio de enriquecimento liquido, contendo fontes de carbono e energia sendo inoculados por alguns dias os microrganismos e posteriormente inoculado em outros tubos contendo o mesmo meio. Tempo necessário para o crescimento dos inóculos.
Finalmente é feito o plaqueamento.
O que é o antibiograma ou TSA?
O antibiograma ou Teste de Sensibilidade aos Antibióticos é um teste que verifica a sensibilidade das bactérias aos antibióticos visando auxiliar o médico na escolha do tratamento adequado. Este teste só pode ser realizado quando a cultura tiver resultado positivo e será executado de acordo com recomendações internacionais.
Seu objetivo é tanto a análise do espectro de sensibilidade/resistência a drogas de uma bactéria quanto à determinação da concentração mínima inibitória.
Staphylococcus aureus, são uma espécie de estafilococos coagulase-positivos. É uma das espécies patogênicas mais comuns, juntamente com a Escherichia coli. É um coco Gram positivo. O S.aureus é a mais virulenta espécie do seu género. Os S.aureus são semelhantes a todos os outros Staphylococcus na maioria dos detalhes. Têm forma esférica (são cocos), cerca de 1 micrómetro de diâmetro, e formam grupos com aspecto de cachos de uvas com cor amarelada, devido à produção de carotenóides. É a única espécie que produz coagulase. Cresce bem em ambientes salinos. Cerca de 15% dos indivíduos são portadores de S.aureus, na pele ou nasofaringe. A infecção é freqüentemente causada por pequenos cortes na pele. Para tratamento antibiótico são usadas as penicilinas resistentes ás penicilinases, ou caso haja resistência vancomicina.
No antibiograma foram adicionados os antibióticos:
Ø 1° Cefoxitina (CFO-30 µg) – 36mm ≥ 20mm considerado sensível
Ø 2° Amoxicilina (AMC-30 µg) – 42mm ≥ 20mm considerado sensível
Ø 3° Sulfazotrim (SUT-25 µg) – 36mm ≥ 16mm considerado sensível
Ø 4° Ertapenem (ETP) – 29mm ≥ 18mm considerado sensível
Ø 5° Amicacina (AMI-30 µg) – 35mm ≥ 17mm considerado sensível
Ø 6° Ciprofloxacin (CIN) – 38mm ≥ 21mm considerado sensível
Ø 7° Ceftriaxona (CRO) – 22mm ≥ 21mm considerado sensível
Ø 8° Gentamicina (GEN) – 39mm ≥ 15mm considerado sensível
Ø 9° Eritromicina (ERI) – 32mm ≥ 23mm considerado sensível
Ø 10° Cefepime (CPM) – 33mm ≥
Cada antibiótico apresentava uma sigla especifica para sua identificação. Incubamos a placa, por 1 dia.
Na quarta aula, realizamos a medição dos halos sobre a superfície do meio, ao redor do disco de antibiótico. Seguindo a tabela de medidas de antibióticos da NCCLS.
Resultados

Paciente: J.H.S.
Sexo: Masculino
Exame: Cultura
Material: Secreção de ferida em região Lombar.
Teste de Catalase: positivo
Testa de Coagulase: positivo
Bacterioscopia: Cocos Gram Positivo agrupados ou isolados, sugestivos de Staphylococcus sp.
Resultado: Staphylococcus aureus.
Antibiograma

A formação de um halo transparente sobre a superfície do meio, ao redor de um disco de antibiótico, indica uma região com ausência de crescimento bacteriano, revelando a ação inibitória do agente antimicrobiano sobre a bactéria ensaiada.

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